Érick, o piazinho que sonhava mudar o mundo e virou padre

Nesse bate-papo, nosso novo vigário fala sobre a descoberta de sua vocação e vida pessoal


Érick, o piazinho que sonhava mudar o mundo e virou padre

Érick com as sobrinhas Manuela e Antônia

De uma forma ou outra, quando somos pequenos, desejamos mudar o mundo. Mas, normalmente, esse desejo vem na consequência da escolha ou do desejo daquilo que bem pequenos queríamos ser. Daí tem àquela que quer ser veterinária para cuidar dos animais, o professor para ensinar as crianças, o bombeiro para salvar as pessoas e por aí. Com Érick Lopes Vicari, um dos recém ordenados padres da Diocese de Montenegro e que assumiu como vigário aqui na Paróquia Catedral São João Batista, parece que foi o contrário. Ele queria mudar o mundo, mesmo ainda sem saber o que ser para fazer isso. “Sonhava que eu poderia transformar as pessoas para que fossem cada vez melhores. E imaginava que assim não existiria mais maldade e tristezas”, conta.


Esse sonho de criança revela muito de Érick. Mas, na conversa que teve com a equipe da Pascom, e que reproduzimos na entrevista abaixo, ele revela muito mais. Ouse deixar por aí um hamburguer dando sopa. Se depender de Érick, o sanduíche desaparece. Afinal, esse é um dos seus pratos preferidos, assim como uma boa massa e seus acompanhamentos. Bem, nessa altura deve estar se perguntando como ele ainda é tão magro. “Gosto de atividades esportivas, movimentar o corpo, adrenalina, bem-estar. Talvez alguns até me vejam pedalando por aí, de capacete e bicicleta”, explica.


Nesse papo, Érick também fala do despertar de sua vocação e do empurrão que grupos de jovens deram nesse sentido. Porém, reconhece que essa decisão de se tornar um religioso não é algo mágico e fácil. É uma caminhada. “Discernimento não se resume a dizer “sim” ou “não” diante de uma proposta, mas em reconhecer o “como”, “porque”, “para que”. Quando se tem claro qual o objetivo de ser padre, podemos dizer que fizemos um bom discernimento vocacional”, observa. E completa: “isto não é uma argumentação que devo fazer para alguém ou uma teoria que precisa ser comprovada, mas uma clareza interna e espiritual que se faz na presença de Deus, e com todo auxílio do seminário, da Igreja”.


Assim é Érick, o sujeito de sorriso largo e que acredita que precisamos ver e encontrar Deus em nosso cotidiano. “Eu encontro Deus quando arrumo minha cama, quando abro a janela do quarto, ao ler um livro, ao ouvir uma música, ao entrar no Instagram. Encontro Deus nas coisas mais simples do dia a dia. É por isso que tudo devemos fazer com o maior zelo e empenho”, resume.


Confira a entrevista e saiba mais sobre nosso novo vigário. 


Pascom – Quem é Érick Lopes Vicari? De onde ele vem?


Érick – Sou filho de Marciano Vicari e Maria Isabel Lopes Vicari. Sou o terceiro de três irmãos: Yuri, com 30 anos; Pâmela, com 28; e Ruan, com 20. Nasci em 19 de dezembro de 1994, em Taquari, onde também cresci e morei até os 18 anos. Embora parte da família seja de origem italiana, toda minha experiência cultural e histórica está marcada pelo lugar que cresci, que é de origem açoriana.



A família de Érick, em sua festa de ordenação


Pascom – Conte-nos um pouco sobre sua família e sua vida na comunidade de origem.


Érick – Comecei a participar com mais entusiasmo na comunidade a partir da experiência no grupo de jovens CLJ, mesma época em que estava me preparando para receber o Sacramento da Crisma. Junto com minha irmã, Pâmela, no ano 2006, começamos a frequentar o grupo de base na igreja matriz, semanalmente quartas-feiras. Posteriormente, em vista de melhorar o acompanhamento e espiritualidade, o grupo se tornou parte do movimento CLJ, que estava em grande ascendência nas paróquias vizinhas.


Durante todo este período que participei do CLJ, fui marcado por várias experiências de fé que me motivavam a estar na comunidade. Cito algumas dessas: novenas e festas de São José; confecção de tapetes e celebrações de Corpus Christi; Romarias da Assunção; retiros, cursos e encontros do CLJ; celebrações da Semana Santa e Natal; Santas Missões Populares; preparação para a Jornada Mundial da Juventude.


Como jovem, sempre estive muito envolvido na comunidade e oferecendo meus dons para o Reino de Deus. Nesse testemunho de participação, minha irmã e eu motivamos toda a família para participar, especialmente nossos pais. Destaco um acontecimento importante, fruto desse testemunho: meus pais não haviam recebido o Sacramento do Matrimônio, pois a mãe não era batizada católica. Assim, ela fez um caminho de catequese para receber os Sacramentos da iniciação cristã e, em seguida, o Matrimônio. Foi algo muito importante não só para minha família, mas para toda comunidade. Muitos frutos de participação se colheram deste momento.



Grupos de jovens ajudaram no discernimento da vocação de Érick


Pascom – Como foi sua infância?


Érick – Cresci cercado de afeto e carinho. Meus pais sempre foram muito presentes na minha infância. Desde pequeno, sempre fui muito curioso, aventureiro e criativo. Gostava de saber sobre tudo, mil e umas perguntas, além de me aventurar no meio da natureza.


Quando lembro da minha infância recordo dos meus avôs, especialmente paternos, pois muitas férias e finais de semana passava com eles, que moravam em Taquari mesmo, mas em um bairro mais distante em que tinham um sítio. Hoje já são falecidos.


Pascom – Quando e por que decidiu entrar no seminário?


Érick – Entrei no seminário no ano 2013. Muito me inspirou a participação no CLJ, na comunidade e o testemunho do Frei Martinho, pároco da época.


Eu estava em um momento próprio de perguntas e buscas por propósito de vida, na etapa do ensino médio. Estudei em escola estadual e, na medida que eu procurava um caminho para seguir, especialmente para após o ensino médio, encontrava naquilo que eu vivia na Igreja uma direção clara e encantadora.


A primeira pessoa com quem conversei sobre vocação foi uma leiga que tinha uma loja de artigos religiosos como apostolado de vida. Depois, comecei a conversar de maneira mais intensiva com o Frei Martinho e, durante este acompanhamento, ele me encaminhou ao animador vocacional da Diocese, padre Neimar. Após esse acompanhamento, durante o ano 2012, pedi para ingressar no seminário propedêutico. Tinha 18 anos.


Pascom – Quais foram seus maiores desafios na época da entrada no seminário?


Érick – Não consigo lembrar muitos desafios. Na verdade, o seminário vai nos encantando e os desafios parecem desaparecer no início. Vou relatar um desafio que foi para entrar no seminário, não tanto por ter entrado.


Como entrei com 18 anos, era a mesma época de alistamento militar. Como eu queria entrar no seminário, o Bispo, Dom Paulo de Conto, solicitou minha dispensa do serviço militar no Batalhão que eu deveria me apresentar para o serviço. Entretanto, até a dispensa ser oficializada eu precisei passar por todos os momentos, inclusive ficar uma semana, no mês de fevereiro, pouco tempo antes de iniciar as atividades do seminário propedêutico, no Batalhão/Quartel até ser oficializado a dispensa.



Amigos do período em que esteve no seminário


Pascom – Você fala, também, que teve que ficar uma semana no quartel antes de entrar no seminário. Podes detalhar um pouco como foi essa experiência?


Érick – Nesta uma semana, fiz várias entrevistas. Nos primeiros dias, íamos conversar com algum comandante que fazia várias questões, desde família, projetos pessoais e sonhos, até aptidões intelectuais e físicas. Também tinham os testes, a partir das aptidões de cada pessoa. Eu não precisei fazer nenhum teste, pois ia ser liberado.


Os comandantes com quem conversei acharam muito legal e me incentivaram bastante. Também falaram que existem os capelões militares, aqueles que exercem o ministério junto dos quartéis.


Pascom – Ao longo de sua formação, passastes por várias casas (seminários). Como foi essa experiência? O que você viveu em cada um desses espaços, entre alegrias e adversidades?


Érick – Morei em duas casas de formação: Seminário São Paulo Apóstolo, Montenegro e, Seminário São João Batista, Viamão. No Seminário São Paulo Apóstolo, propedêutico, foi a experiência de sair de casa, de morar em comunidade com pessoas bem diferentes, entrar numa rotina de vida comunitária e formativa, diferente da rotina familiar. Esta etapa de um ano é base para as seguintes.


Depois, no seminário maior São João Batista, foi o período mais intenso de preparação e discernimento. Formação relacionada à vida espiritual, afetividade e relacionamentos humanos, e desenvolvimento intelectual. Isto é como que o tripé que São Paulo fala na carta aos Tessalonicenses (cf. 1Ts 5,23): espírito, corpo e alma (mente, intelecto). Tudo transpassado pela vida em comunidade e vida pastoral, como um movimento diafragmático que se fecha, se contraem e em seguida se expande, se abre.


A etapa do seminário maior é marcada pelas faculdades de Filosofia, três anos, e Teologia, quatro, também pelo Ano Pastoral, nos documentos da Igreja chama-se Ano da Síntese Vocacional. As faculdades eu fiz na PUCRS, Porto Alegre; o Ano Pastoral, na Paróquia São José, Roca Sales. Recebi os ministérios de Leitor e Acólito, que são introduções ao ministério sacerdotal: proclamação da Palavra, catequese e ensino da doutrina; serviço litúrgico, ministério eucarístico, visita aos doentes e necessitados; ou seja, serviço à Palavra e à Eucaristia. 


Pascom – Normalmente, se tem a ideia de que quando um jovem ingressa no seminário é porque descobriu sua vocação religiosa. Mas sabemos que não é bem assim, correto? Como foi a descoberta de sua vocação?


Érick – Discernimento não se resume a dizer “sim” ou “não” diante de uma proposta, mas em reconhecer o “como”, “porque”, “para que”. Quando se tem claro qual o objetivo de ser padre, podemos dizer que fizemos um bom discernimento vocacional. E isto não é uma argumentação que devo fazer para alguém ou uma teoria que precisa ser comprovada, mas uma clareza interna e espiritual que se faz na presença de Deus, e com todo auxílio do seminário, da Igreja.


Também é para isso que existe o seminário, para dar razão, dar sentido ao chamado vocacional. No processo de discernimento, Deus age de duas maneiras: interna e externamente. Primeiro vai capacitando a pessoa com virtudes e dons espirituais, também vai purificando dos vícios e erros. Em segundo, Deus age através do Bispo, que acolhe ou não algum candidato no ministério ordenado.


Além disso, o discernimento vocacional é marcado por momentos de dúvidas radicais, alguns chamam de crise, mas uma crise é um tempo de involução, por exemplo uma crise financeira. As dúvidas radicais, na minha opinião, são momentos oportunos para deixar a graça de Deus agir. Alguns santos místicos chamam de “noite escura da alma e sentidos”. Passei por tudo isto e escolhi como lema sacerdotal um versículo que deixa claro meu processo de discernimento: “fiz-me tudo para todos, para de alguma maneira salvar alguns” (1Cor 9,22).


Para que sou padre? Sou padre para conduzir ao amor total de Deus (santidade) as pessoas que me são confiadas. Como posso fazer isso? De todas as maneiras: junto aos jovens, famílias, comunidades, lideranças, pastorais, movimentos etc.



Érick em missão com os jovens

Pascom – Como muitos em nossa Diocese, você é um padre jovem e sabemos que há pessoas ainda pensam naquele estereótipo do padre mais velho, vivido e capaz de orientar os mais jovens. Como lidar com isso? Ou isso não é um problema?


Érick – A experiência de vida é uma grande forma de aprendizado. Devemos sempre estar abertos para aprender com os mais velhos. O que me ajuda neste dilema entre padre experiente e padre jovem é um versículo bíblico (1Timóteo 4,12): “Ninguém te menospreze por seres jovem. Da tua parte, procura ser para os que creem um exemplo, pela palavra, pela conduta, pelo amor, pela fé, pela castidade”.


Tenho muito a aprender nas histórias e experiências de quem já viveu uma vida cheia de sentido. Por outro lado, tenho virtudes e dons para ofertar ao Reino de Deus e chegou minha hora de fazer isto.


Pascom – Falando nisso, como você lida com as brincadeiras de que é “um padre bonitão”?


Érick – (Risos) Acho que algumas pessoas fazem brincadeiras para se aproximar, quebrar o gelo. E é bom isto. Quando rimos juntos uns dos outros, fortalecemos a amizade. E quando se tem amigos é melhor para viver, se torna mais agradável, a vida ganha mais sentido, os desafios se tornam menos penosos. Espero fazer bons amigos aqui em Montenegro, na Paróquia São João Batista, mas também quero ser um amigo ainda melhor.


Pascom – Vamos falar do Érick, e não do padre Érick. O que você gosta de fazer nos momentos de lazer?


Érick – Gosto muito de ouvir música: pop rock, rock anos 80, MPB, reggae, são algumas. Mas, ultimamente, também me aventuro a escutar forró.


Gosto de conhecer lugares, especialmente no contato direto com a natureza, aquelas paisagens deslumbrantes. Gosto, ainda, da experiência culinária, comidas e bebidas diferentes, de outras culturas e raízes, especialmente se traz algum elemento histórico junto.


E, ainda, gosto de atividades esportivas, movimentar o corpo, adrenalina, bem-estar. Talvez alguns até me vejam pedalando por aí, de capacete e bicicleta.



Pedalar, uma das paixões de Érick


Pascom – Qual sua comida preferida?


Érick – Hoje defino com hamburguer, mas gosto do cardápio de massas e acompanhamentos.


Pascom – Qual livro ou filme, ou os dois, que lhe marcou/macaram?


Érick – Filme: “Dom Bosco”. Ano 2004. Relata a história de São João Bosco, que viveu entre 1815 e 1888, em Turim, Itália. Ver o relato da história deste homem santo e ler seus escritos me fizeram criar uma devoção especial. Considero São João Bosco meu padroeiro pessoal. Seu testemunho me inspira a ser santo também hoje.


Outro filme: “São Felipe Neri: Prefiro o Paraíso”. Ano 2010. Relata a vida de São Felipe Neri, 1515 a 1595, também italiano. Me inspira atitudes semelhantes as já relatadas. Os dois foram padres que viveram a santidade entre os jovens, especialmente marginalizados da sociedade da época. 


Embora já tenha citado dois filmes, quero citar um livro: “Homem algum é uma ilha”, de 1955, escrito por Thomas Merton, monge trapista, Estados Unidos. Neste livro o autor fala do potencial espiritual de cada pessoa, da busca pela verdade plena e no anseio por descobrir sentido de vida.


Pascom – Para arejar as ideias e espairecer você ....


Érick – Assisto uma série e bebo uma taça de vinho. Gosto de assistir séries de ficção cientifica, investigação policial, históricos/épicos e baseados e fatos reais, mas também outras que eventualmente recebo indicações. Na minha lista tem: "the sinner", "suits", "the walking dead", "gotham", "o assassino de valhalla", "templários", "la casa de papel".


Pascom – O que é fundamental para você?


Érick – Sentir-se amado. Tanto eu me sentir assim, como proporcionar que outras pessoas se sintam da mesma maneira. Um amor-caridade que transcende o tempo e o espaço, e nos eleva para a eternidade, um momento de graça.



Estar rodeado por quem ama e por quem o ama é importante para o jovem


Pascom – Quem ou o que é sua maior fonte de inspiração?

Érick – Me inspiro em São João Bosco e São João Paulo II.


Pascom – Qual a sua melhor memória da infância? E o que sonhava ser quando piazinho?


Érick – Quando criança, sonhava em mudar o mundo. Sonhava que eu poderia transformar as pessoas para que fossem cada vez melhores. E imaginava que assim não existira mais maldade e tristezas.


Pascom – Como você os desafios da Igreja hoje?


Érick –  A Igreja tem a missão de testemunhar, santificar e anunciar. O maior desafio da Igreja é corresponder às necessidades e exigências do tempo presente. Deveríamos estar todos (os batizados) empenhados em fazer com que a Palavra de Deus chegue aos confins da terra.


Porém, muitas vezes, a missão não é realizada porque preferimos ceder a tentações. Entre elas o comodismo, indiferença, inveja, oportunismo, individualismo, exibicionismo. Quando aceitamos a tentações é que acontecem os escândalos e nos afastamos cada vez mais da missão, logo, os desafios ficam maiores.


Pascom – Na consulta para elaboração de nosso Plano Pastoral Paroquial, muitas pessoas apontaram que é preciso trazer os jovens para a Igreja. Na sua opinião, como se pode fazer isso? Por que muitos jovens têm se distanciado da Igreja?


Érick – Os jovens precisam ser valorizados. Este é um ponto muito importante, na minha opinião. Não estou dizendo que a Igreja não valoriza os jovens. Porém, não foram só os jovens que se distanciaram da Igreja; a Igreja se distanciou da juventude.


Antigamente existiam escolas e instituições de ensino marcadas fortemente pela fé e doutrina católica. Embora existam algumas, nem todas conseguem perseverar no ideal da evangelização, já que precisam corresponder a outras exigências educacionais prescritas pelas autoridades políticas. Estas escolas foram grandes motores da Igreja Católica.


Também precisamos entender que cada geração tem sua maneira de se relacionar com Deus e sua própria personalidade. O jovem precisa de um espaço que ele possa dizer que “é seu” ou ainda “eu me sinto igreja”. Isso passa pela acolhida, pela valorização, pelo não-julgamento. O jovem precisa encantar-se com a fé católica antes de assumir ela como sua identidade.


Mudar estruturas


Precisamos mudar as estruturas dos movimentos e pastorais juvenis, que estão cada vez mais distantes da juventude e dos seus questionamentos. O jovem tem sede de Deus, procura a Deus, mas ele não virá à Igreja por tradição familiar ou por obrigação moral.


Algo que todos nós podemos e precisamos fazer é apresentar um Deus que é jovem. Jesus é jovem. Sua juventude nos encanta e renova. Não é um velho de barba e cabelos brancos, como muitas vezes fala o Papa Francisco. Jesus não é uma teoria que precisa entrar na cabeça de alguém, mas uma pessoa que transforma nossa vida a partir do coração.



Amizades e celebrações


Pascom – Quem é Jesus para você?


Érick – Jesus é meu melhor amigo. Conversamos várias vezes ao dia, algumas vezes mais formalmente, outras, espontâneas. Rimos e choramos juntos. Jesus é um amigo que sempre me acompanhou, desde o Batismo, mas só mais tarde reconheci sua presença. As vezes acabo me afastando, por egoísmo meu, mas no fundo somos grandes amigos e sempre voltamos a essa amizade.


Pascom – Onde Érick encontra Deus?


Érick – Eu encontro Deus quando arrumo minha cama, quando abro a janela do quarto, ao ler um livro, ao ouvir uma música, ao entrar no Instagram. Encontro Deus nas coisas mais simples do dia a dia. É por isso que tudo devemos fazer com o maior zelo e empenho. Não podemos fazer as coisas de qualquer jeito. Quem entra na nossa casa, no nosso carro, ou se toma uma cuia de chimarrão conosco, deveria sentir a presença de Deus.


Viver na presença de Deus não é fanatismo. Fanatismo é uma resposta de medo e insegurança. Andar na presença de Deus é um exercício e extremamente importante na nossa vida de oração. “Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Cor 10, 31)


O "lançamento" de um novo padre por amigos e colegas do seminário


Pascom – O Papa Francisco insiste muito que precisamos “viver o Evangelho”. Mas como imaginas que podemos viver o Evangelho no cotidiano?


Érick – Deus nos chama para viver o Evangelho de diferentes maneiras. As vezes queremos viver como os outros vivem e dá errado. Não há uma fórmula correta, mas também nem tudo pode ser aceito.


Para viver o Evangelho é necessário conhecê-lo cada vez mais. Isto nós fazemos na meditação da Palavra de Deus, na vida de oração e piedade, nos sacramentos, na herança daqueles que nos antecederam na fé, e no testemunho cristão. Eu resumo isto em três elementos: estudo, piedade e ação. A maneira básica de viver o Evangelho é amando, ao mesmo tempo, a mais difícil.

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