Quem entra na Catedral São João Batista e vai se dirigindo ao altar percebe, à direita, bem pertinho do local onde ficam os músicos, sempre alguns vasinhos de flores aos pés da imagem de Santa Teresinha. São demonstrações claras de quanto a santa é querida em nossa comunidade. Mas, recentemente, quem esteve pela catedral deve ter sentido a falta da imagem. É que ela estava em restauração. “Não estava tão degradada quanto a nossa antiga imagem de São João Batista que restauramos, mas precisava de pintura e manutenção para não chegar naquele estado”, conta Diego Knecht, pároco da Catedral.
Agora, totalmente revitalizada e com uma pintura viva, ela volta ao templo juntamente com outra imagem muito querida: a de São José. “A ideia era fazer a restauração em 2021, ano de São José e a Santa Teresinha, mas não foi possível”, conta o padre Diego. E não é por menos, pois o trabalho exige trabalho altamente especializado e isso tem custos. As intervenções nas duas imagens custaram 1.650 Reais e foi realizado por Anastácia Wagner, de Novo Hamburgo. Todo o valor foi custeado por recursos de doações espontâneas e das contribuições do Dízimo – clique aqui e saiba o significado e como ser dizimista.
A Catedral tem um repositório bem grande de imagens sacras, mas, no momento, não estão previstas novas restaurações. Contudo está previsto e orçado para os próximos meses ter um lugar de destaque para a imagem do "Cristo morto". Porém, sem restaurar a imagem ainda. Segundo o padre Diego, a prioridade agora é o restauro de objetos litúrgicos usados tanto nas missas da Catedral quanto nas capelas das comunidades.
Preferidos dos paroquianos
O padre Diego ainda conta que São José e Santa Teresinha são como que os ‘preferidos’ de muitos paroquianos. “Inclusive, poderíamos considerar ela como co-padroeira da Paróquia. Isso dada a tamanha procura que tem por sua imagem”, conta. São José é uma figura muito conhecida, com sua história presente desde as narrativas dos Evangelhos, mas será que todos conhecem a história de Santa Teresinha?
Imagem restaurada já de volta à Catedral
Bem, o primeiro passo não confundir com outra religiosa, Teresa de Ávila (1515 – 1582). Essa, de origem espanhola, foi uma religiosa carmelita ainda em tempos medievais. Ficou conhecida por suas reformas no carmelo e ser considerada uma das grandes místicas. Atualmente, é considerada doutora da Igreja e, juntamente com São Francisco Xavier, padroeira das missões.
Já Teresinha cuja imagem tem grande procura na paróquia é Teresa de Lisieux, também conhecida como Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face. De origem francesa, também é religiosa carmelita, mas viveu em outro contexto, entre 1873 e 1897. Tornou-se religiosa em 1888 e morreu com apenas 24 anos. E ela não é popular apenas em nossa Paróquia, mas, em toda Igreja, estando, juntamente com São Francisco de Assis, entre os mais populares santos no mundo. São Pio X (1835 –1914) teria a considerado “a maior entre os santos modernos”.
Saiba mais sobre Teresa de Lisieux
Nasceu em Alençon, na França, em 2 de janeiro de 1873, filha da santa Marie-Azélie Guérin, chamada geralmente de Zélie, uma bordadeira, e do santo Louis Martin, um joalheiro e relojoeiro. Louis havia tentado se tornar um clérigo secular do Hospício do Grande São Bernardo, mas foi recusado por não conhecer nada de latim. Zélie, que tinha um temperamento forte e ativo, desejava servir aos doentes e também considerou dedicar-se à vida consagrada, mas a prioresa das clérigas regulares do Hôtel-Dieu (a "Santa Casa") de Alençon ignorou seu pedido.
Ambos muito piedosos, levavam uma vida confortável, mas estavam decididos a viverem uma vida de irmãos, em perpétua abstinência. Acabaram desencorajados por seu confessor e tiveram nove filhos. Entre 1867 e 1870, perderam três bebês e Hélène, uma menina de cinco anos e meio. Todas as cinco meninas sobreviventes tornaram-se freiras.
Teresa nasceu em janeiro de 1873, mas com poucas esperanças de sobrevivência. A enterite, uma grave inflamação no intestino, já havia levado quatro de seus irmãos também a acometia. Aos 15 meses de vida, foi considerada curada. Durante toda sua infância, foi educada numa atmosfera profundamente católica, que incluía missas diárias às 5h30, estrita observância de jejuns e orações que seguiam o ritmo ditado pelo ano litúrgico. Sua família também era adepta da caridade, visitando doentes e idosos e ocasionalmente recebendo mendigos à mesa do jantar.
Teresa aos 13 anos (Foto: Wikipédia)
Teresa perdeu a mãe com apenas quatro anos e meio, o que lhe causou um impacto tamanho que ela afirmaria depois que "a primeira parte de sua vida acabou naquele dia". Três meses depois da morte de Zélie, Louis Martin, seu pai, deixou Alençon e mudou-se para Lisieux, na Normandia, onde vivia a família do irmão de sua finada esposa. Em Lisieux, o casal assumiu Teresa e Pauline assumiu o lugar da "mama". As duas ficaram muito próximas. Teresa também se aproximou bastante de Céline, sua prima, que era quase da mesma idade.
A véspera de Natal de 1886 foi um ponto de inflexão na vida de Teresa, um evento que ela chamou de "conversão completa". Anos depois, ela afirmou que foi naquela noite que finalmente superou as pressões que vinha enfrentando desde a morte de sua mãe e completou: "Deus fez um pequeno milagre para me fazer crescer num instante. Naquela abençoada noite….Jesus, que achou por bem fazer-se uma criança por amor a mim, achou também por bem tirar-me das faixas [de bebê] e imperfeições da infância".
A noviça Teresa (Foto: Wikipédia)
Assim, naquela noite, Louis Martin e suas filhas, Léonie, Céline e Teresa, tinham ido à missa da meia-noite na catedral em Lisieux. Em 1 de dezembro, Léonie, coberta de eczemas e escondendo o cabelo sob uma mantilha, retornou para Les Buissonnets depois de apenas sete semanas experimentando o duro regime das clarissas em Alençon e suas irmãs tentavam a todo custo ajudá-la a superar a sensação de fracasso e humilhação que ela sentia. Em casa, Teresa, "como era o costume das crianças francesas, deixou um sapatinho vazio na lareira esperando presentes, não do Papai Noel, mas do Menino Jesus, que, acreditava-se, chegaria voando trazendo presentes e bolos".
Enquanto subia as casas, ouviu seu pai, "talvez exausto pelo horário ou cansado das inesgotáveis demandas de sua chorosa filha caçula", dizer a Céline: "Bem, felizmente este será o último ano!" Teresa começou a chorar e Céline recomendou que ela não descesse novamente naquele momento. Então, repentinamente, Teresa se recompôs, enxugou as lágrimas, desceu correndo e, ajoelhando-se perto da lareira, abriu seus presentes tão alegremente quanto nos anos anteriores. Em seu relato, nove anos depois, em 1895, ela conta: "Num instante, Jesus, contente com minha boa vontade, realizou o que eu não fora capaz de realizar em dez anos". Depois de nove tristes anos, ela havia "recuperado a força da alma que perdera" quando sua mãe morreu e, continua Teresa, "que permaneceria com ela para sempre".
Teresa em seu túmulo em no Carmelo de Lisieux (Foto: Wikipédia)
Com a autorização do Papa Leão XIII, Santa Teresinha do Menino Jesus pôde entrar no Mosteiro das Carmelitas, em Lisieux, com apenas 15 anos de idade. Ao entrar no Carmelo, dedicou-se a rezar pela conversão das almas e pelos sacerdotes. Ela morreu no dia 30 de setembro de 1897. Em seu leito de morte, depois de ter enfrenta doenças físicas e psíquicas, teria dito: “Oh!…amo-O. Deus meu,…amo-Vos!”. Após a sua morte, aconteceu a publicação de seus escritos que se tornaram mundialmente reconhecidos. Sua beatificação aconteceu em 1923; e foi canonizada por Pio XI em 1925, que a chamava de “uma palavra de Deus”. O dia dedicado a sua memória é 1º de outubro.
Oração
“Meu Deus, ofereço-vos todas as ações que farei hoje, nas intenções e para a glória do Sagrado Coração de Jesus. Quero santificar as batidas do meu coração, meus pensamentos e obras mais simples, unindo-os aos seus méritos infinitos, e reparar minhas faltas, lançando-as na Fornalha de seu Amor Misericordioso. Oh, meu Deus! Peço-vos para mim e para aqueles que me são caros a graça de cumprir perfeitamente vossa santa vontade, de aceitar por vosso amor as alegrias e as penas desta vida passageira, para que estejamos um dia reunidos no Céu, por toda a eternidade. Assim seja.” (Obras completas de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face, Oração 10).
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