A plenitude, a complexidade e o desafio de ser mãe


A plenitude, a complexidade e o desafio de ser mãe

Não há amor mais puro e verdadeiro do que o de mãe. A frase soa como lugar comum, mas traz na sua simplicidade uma claríssima verdade. Jesus, ao longo de toda sua história, fala de um amor incondicional, um amor que só Deus é capaz de viabilizar. Talvez, o amor mais próximo deste que podemos experimentar é o amor de mãe. E quando falamos de amor materno, logo somos levados à experiência mariana de maternidade. Maria tem sido, ao longo da história do cristianismo, sempre associada ao exemplo de mãe porque diz seu ‘sim’ a Deus.


Hoje, em nosso tempo, a figura da mãe, a mulher que gera ou que acolhe, tem sido ressignificada. Mas, com essas mudanças de hoje em dia, Maria deixou de ser o exemplo de mãe? Talvez, estejamos, graças aos estudos e avanços do nosso tempo, descobrindo melhor a figura de Maria, não como uma mulher e mãe submissa que a tudo aceita em nome e pelo filho, mas como uma mulher de seu tempo que vive, tanto quanto a mães de hoje, o desafio da maternidade.


Maria não representa passividade, pois como observa o irmão Michel de Taizé (no livro ‘Quem é Eu?’), na visitação do anjo, o ‘sim’ de Maria vem depois de um não. O próprio Evangelho de Lucas (Lc 1, 34) narra que ela não acreditava ser possível gerar uma vida, pois ‘não conhecia homem algum’. Foi só depois da explicação do anjo e compreensão dela sobre a obra de Deus que veio o seu sim. E o mesmo Lucas revela Maria como uma mulher de movimento, pois parte apressadamente de sua morada para auxiliar Isabel, a parente mais velha que está grávida (Lc 1, 36-56), voltando somente quando sua própria gravidez já era aparente.


Sabemos que a vida dessa mãe não seria nada fácil, embora acolhida por José, dá a luz sozinha, longe da família e pouco depois parte com o marido e o Menino em fuga para o Egito (Lc 2, 1-20). E é ao longo da vida pública de Jesus que ela se revela como a mãe que não acompanha, mas segue o filho, desde a apresentação de Jesus no templo (Lc 2, 22), quando Maria se mantém firme diante da revelação de Simeão (Lc 2, 34) de que o filho será motivo de queda e elevação de muitos em Israel.


Mesmo antes da Paixão de Cristo, a qual Maria e as mulheres são protagonistas, acompanha de perto tanto a crucificação quanto a ressurreição, essa mãe é rígida até diante dos desafios aos quais o Cristo se depara.  Pensemos nas cenas das Bodas de Caná (Jo 2, 1-11), quando ela interpela Jesus para que faça algo (Jo 2,3).


Assim, olhando essa mãe percebemos que a maternidade mariana é muito mais do que um sim, é a vivência do amor em plenitude, com todos seus desafios e complexidades. Maria, que não se resigna e está sempre à frente, fazendo O Anúncio, é como as mães de nosso tempo, que amam incondicionalmente, que chamam para si a missão de acolher e cuidar, numa belíssima, complexa e desafiadora jornada. Como Maria, essas mulheres têm medo, dizem o sim, mas depois das dúvidas e do não, fazendo com que, na terra, provemos o mais pleno amor divino.



Feliz Dia das Mães!


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