A primeira
leitura do profeta Isaías (55, 1-3) nos revela a vontade do Senhor para conosco:
“vinde às águas quem está com sede”, “vinde comprar quem não tem dinheiro”, “vinde
e comei”, “alimentai-vos bem”, “ouvi-me com atenção”, “inclinai vosso ouvido”,
etc. Ou seja, Deus nos chama à comunhão com Ele, que começa com uma
aproximação, um interesse, depois é expresso no desejo de ouvi-lo, conhece-lo,
para que depois possa acontecer o banquete, que é o ponto máximo da intimidade
e da comunhão. Perceberam alguma semelhança com a Santa Missa? Pois é, nós
também somos chamados a ir, nos aproximar da comunidade e a buscar a comunhão
com o Senhor. Logo no início da Missa temos a Liturgia da Palavra, onde a
escutamos e fortalecemos a nossa esperança, e, por fim, nos alimentamos do
banquete celeste, o próprio Senhor que se dá em alimento a nós!
No evangelho de Mateus 14, 13-21 encontramos a mesma
lógica: Jesus estava num lugar deserto, mas as multidões vieram a Ele, que se
“encheu-se de compaixão e curou os que estavam doentes”, ou seja, aquela
multidão ouviu Sua Palavra e experimentou Sua força, depois realiza o milagre
da multiplicação dos pães, já sinalizando o grande e definitivo milagre da
Eucaristia que Ele mandou que os apóstolos perpetuassem pelo mundo dizendo:
“fazei isto em memória de mim”, hoje neste evangelho Ele diz: “Dai-lhes vós
mesmos de comer”. Ou seja, a Eucaristia acontece pela ação de Deus, mas também
necessita de nossa contrapartida. O Senhor transforma o pão em corpo e o vinho
em sangue, mas nosso trabalho precisa transformar trigo em pão e uva em vinho. Na
união de nossa vida, das nossas limitações, simbolizadas pelos cinco pães e
dois peixes, é que Deus pode multiplicar Sua graça e nos nutrir do alimento
eterno.
Por isso, este milagre aponta para o alimento
eterno, não apenas o pão perecível. E este pão da vida eterna acende em nós a
chama do amor divino, que nada e ninguém nos pode afastar. É o que nos ensina o
Apóstolo Paulo na segunda leitura (Rm 8, 35-39) dizendo que nem a tribulação,
angustia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada, etc. pode nos separar do
amor Deus que foi manifestado em Cristo Jesus. Em Cristo somos mais que
vencedores, pois se participamos com ele das contrariedades, participaremos
também da Sua Glória. Que o banquete do pão e do vinho consagrados, o Corpo e o
Sangue de Cristo nos guardem na perseverança do Seu amor e nos abra para a
comunhão nos Seus mistérios.
Pe. João
Vítor Freitas dos Santos
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