JESUS É NOSSO REI?   


JESUS É NOSSO REI?   

Catedral de Orvieto, Itália.


Neste Domingo, a Igreja celebra a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, encerrando o ano litúrgico. O próximo Domingo já é Advento, dando início ao novo ano litúrgico. Esta solenidade foi instituída pelo Papa Pio XI em 11 de novembro de 1925, na Encíclica Quas Primas, na qual o Pontífice quis recordar à toda Igreja a primazia do senhorio de Jesus que se estende sobre toda a criação. Desde aquela época, o mundo já vinha sofrendo uma forte tendência em excluir Deus do âmbito público da sociedade, pois estava muito forte e avançado o processo de laicização. Hoje, então, quase 100 anos depois da instituição desta solenidade, percebemos que este processo está praticamente consolidado. Quem pode afirmar que Jesus é rei de nossa sociedade?

 

Uma sociedade de consumo, focada em seu bem estar, fechada para o compromisso religioso, que exclui Deus do âmbito público. Jesus seria rei deste reino? A resposta é, claramente, não. Jesus não é um rei deste mundo (cf. Jo 18, 36), pois se fosse, o mundo seria muito diferente. Mas Jesus é rei de um reino muito maior que todos os impérios que já existiram, existem e os que ainda estão por vir. Jesus é o rei do Reino dos Céus, preparado desde a criação do mundo (cf. Mt 25, 34). As sementes deste Reino Eterno já estão plantadas e assim já o experimentamos, mas ainda não em plenitude. Chegará ainda o dia, como nos mostra o evangelho deste Domingo (Mt 25, 31-46), em que Jesus reunirá todos os povos da terra diante Dele e separará os bons dos maus, as ovelhas dos cabritos. Os bons herdarão o reino, mas os maus irão para o fogo eterno.

 

Com isso a liturgia nos mostra que o verdadeiro rei de toda a criação é o “Cordeiro que foi imolado” pois “é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele a glória e poder através dos séculos” (cf. Ap 5, 12). Jesus deu Sua vida em sacrifício expiatório (como prefigurava o cordeiro pascal judaico) para a salvação do gênero humano e a restauração de toda a criação; por isso, é o único que verdadeiramente pode ser chamado de rei. Cristo é rei também porque venceu a morte, e por Sua ressurreição é tudo em todos (cf. 1Cor 15, 26-28). E por fim “fará justiça entre uma ovelha e outra, entre carneiros e bodes” (cf. Ez 34, 17), pois é o verdadeiro juiz da história.

 

E qual será o critério para este juízo? A resposta está no evangelho: “Toda a vezes que fizeste isso a um dos meus menores irmãos, foi a mim que o fizesse!” Mas fazer o quê? As obras de misericórdia!, “pois eu estava com fome e me deste de comer; eu estava com sede e me deste de beber; eu era estrangeiro e me recebeste em casa; eu estava nu e me vestiste; eu estava doente e cuidaste de mim; eu estava na prisão e foste me visitar”. As obras de misericórdia que realizo demonstram se tenho a Cristo ou não como o rei de minha vida e se serei digno de participar deste reinado.

 

Pe. João Vítor Freitas dos Santos

 

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